É cada vez mais difícil e distante um momento de parada. De parada de tudo. Onde o olho consegue parar no espelho ou na tela e com calma, respirar leve e consigo expor a catarse, momento ímpar para qualquer um que de algum modo queira, possa e consiga o colocar, com extrema liberdade, sem necessidades de estilísticas ou qualquer arrojo mais requintado e ao mesmo tempo muito fidedigno ao momento. Só pelo simples prazer de depositar a cada instante toda e qualquer palavra que saia da mente no presente momento de uma escrita para criar uma tentativa de escrita descritiva. É muito bom identificar isso em um autor, que é um fator que prende e muito a leitura. A narrativa construída aos passos, mas sem pretensões iniciais. Com objetivos que são construídos apenas durante o ato de os colocar. É como tocar uma música de improviso, digamos com inspiração, mas não um improviso superficial, uma descrição. Resolvendo imitar ou quase, uma “análise musical”, revi Photograph, que mais do que um
O soro catártico "Elísico" continua sendo impressionante. É difícil entender como ela conseguiu deixar essa música tão grande. Nenhum outro intérprete consegue repetir. É pegar uma letra sensacional do Belchior, em um arranjo excepcional do César Camargo Marino, com uma interpretação inigualável da Elis. Exatamente o contrário do que ocorre hoje. Para ouvir algo assim, só recorrendo mesmo ao passado. Se essa tríplice perfeição já era praticamente impossível antes, hoje então não é preciso nem dizer. Essa é sem dúvida a arte musical em essência.